sábado, 25 de fevereiro de 2012

BÍBLIA EM PORTUGUÊS




O desenho acima mostra a origem e o desenvolvimento da Bíblia em língua portuguesa

e os fundamentos sobre os quais descansa cada versão sucessiva.

Por vivermos em uma época de grande desenvolvimento tecnológico, principalmente na

área da imprensa, temos dificuldades em perceber quanto era difícil reproduzir os livros

bíblicos à época em que foram escritos. Cada cópia tinha de ser feita lenta e

laboriosamente à mão. Foi inevitável que muitos livros antigos se perdessem, o que em

grande parte explica o desaparecimento de todos os manuscritos originais da Bíblia.O

texto das páginas seguintes procura responder à pergunta: “Qual o fundamento literário

da Bíblia?”.

A BÍBLIA EM PORTUGUÊS

Origens

As primeiras traduções

a) A Septuaginta. Como conseqüência dos setenta anos de cativeiro na Babilônia e da

forte influência do aramaico, a língua hebraica enfraqueceu. Todavia, fiéis à tradição de

preservar os oráculos em sua língua, os judeus não permitiam que os livros sagrados

fossem vertidos para outro idioma. Alguns séculos mais tarde, porém, essa atitude

exclusivista e ortodoxa teria de dar lugar a um senso mais prático e liberal. Com o

estabelecimento do império de Alexandre, o Grande, a partir de 331 a.C., a língua grega

popularizou-se a tal ponto que se tornou imprescindível uma tradução das

Sagradas Escrituras nesse idioma.

Segundo o escritor Aresteas, a tradução grega foi feita por 72 sábios judeus (daí o nome

“Septuaginta”), na cidade de Alexandria, a partir de 285 a.C., a pedido de

Demétrio Falário, bibliotecário do rei Ptolomeu Filadelfo. Concluída 39 anos mais

tarde, a nova versão assinalou o começo de uma grande obra que, além de preparar o

mundo para o advento de Cristo, tornaria conhecida de todos os povos a Palavra de

Deus. Na igreja primitiva, era a tradução conhecida de todos os crentes.

b) A Hexapla. Nem todos os livros do AT, infelizmente, foram bem traduzidos na

Septuaginta, razão pela qual Orígenes, por volta de 228 d.C., compôs a Hexapla, ou

“versão de seis colunas”, contendo a Septuaginta e as três traduções gregas do AT

efetuadas por Áquila do Ponto, Teodoro de Éfeso e Símaco de Samaria, feitas

respectivamente em 130, 160 e 218 d.C. Além dessas, constavam nas duas últimas

colunas o texto hebraico e o mesmo texto em grego. Essa grandiosa obra, constituída de

cinqüenta volumes, perdeu-se provavelmente quando os sarracenos saquearam Cesaréia,

em 653 d.C.

c) A Vulgata. Em 382 d.C., o bispo Dâmaso encarregou Jerônimo de traduzir da

Septuaginta para o latim o livro de Salmos e o NT, trabalho concluído em três anos e

meio. Mais tarde, outro bispo assumiu a direção da igreja em Roma e percebeu, com

inveja, a grande cultura e a influência de Jerônimo. Este, perseguido e humilhado,

dirigiu-se para Belém, na Terra Santa, e ali estudou e trabalhou 34 anos na tradução de

toda a Bíblia para a língua latina. Jerônimo escreveu ainda 24 comentários bíblicos, um

conjunto de biografias de eremitas, duas histórias da igreja primitiva e diversos tratados.

Mais tarde, a Bíblia de Jerônimo ficou conhecida por Vulgata [Vulgar], sendo hoje

utilizada pela Igreja Romana como a autêntica versão das Escrituras em latim, apesar de

muitos estudiosos a considerarem pobre e até apontarem falhas graves.

Códices e manuscritos bíblicos

A partir do século IV, os livros cristãos passaram a ser escritos em códex, palavra

derivada de caudex, tabuinha coberta de cera na qual se escrevia com um estilete

metálico (stylus). Reunidos por um cordão que passava por orifícios feitos no alto dos

exemplares, à esquerda, os códices tinham a forma de livro, portanto bem mais práticos

para manusear que os antigos rolos. Os mais importantes códices bíblicos são: Sinaítico,

produzido em cerca de 325 d.C., contém todo o AT grego, além das Epístolas de

Barnabé e parte de O pastor, de Hermas. Foi encontrado pelo sábio alemão Constantino

Tischendorf, em 1844, no Mosteiro de Santa Catarina, situado na encosta do Sinai.

Tischendorf viu 129 páginas do manuscrito em uma cesta de papel, prestes a serem

lançadas ao fogo. Percebendo seu enorme valor, levou-as para a Europa. Em 1859,

voltou ao mosteiro e encontrou as páginas restantes. Doada pelo seu descobridor a

Alexandre II, da Rússia, a preciosidade foi posteriormente comprada pela Inglaterra

pela vultosa quantia de 100 mil libras esterlinas. Está no Museu Britânico desde 1933.

Alexandrino, de meados do século IV, contém o AT grego e quase todo o NT, com

omissões de 24 capítulos de Mateus, cerca de quatro de João e oito de 2Coríntios.

Contém ainda a Primeira epístola de Clemente de Roma e parte da segunda. Está no

Museu Britânico.

Outros famosos códices bíblicos são: o Vaticano, do século IV, contém o AT e o NT,

com omissões, está na Biblioteca do Vaticano; o Efraemi, produzido por volta de 450

d.C., acha-se na Biblioteca Nacional de Paris; o Baza, encontrado por Teodoro Baza no

Mosteiro de Santo Ireneu, na França, em 1581, é datado do século V e encontra-se

atualmente na Biblioteca de Cambridge, Inglaterra; o Washington, produzido nos

séculos IV e V, acha-se no Museu Freer, na capital dos Estados Unidos da

América.Existem, ainda, vários códices de menor importância, expostos em museus e

bibliotecas de várias partes do mundo. Somente de livros do NT, completos ou em

fragmentos, conhecem-se hoje 156.

Os rolos do mar Morto

Em se tratando de manuscritos em rolos, o mais antigo e importante de todos foi

encontrado casualmente em 1947 por um beduíno, em uma bem escondida gruta nas

proximidades de Jericó, junto ao mar Morto. Examinado pelo professor Sukenik, da

Universidade Hebraica de Jerusalém, revelou-se pertencente ao século III a.C.

Contém o livro completo de Isaías e comentários de Habacuque, além de importantes

informações sobre a época em que foi escondido. É mais conhecido como o Rolo do

mar Morto.

A Bíblia em português

Período das traduções parciais

a) Venturoso ou Bem-Aventurado: a despeito de esse título ter sido atribuído a d.

Manuel como o principal incentivador das grandes navegações, mais bem-aventurado

que esse rei português foi um de seus antecessores, d. Diniz (1279-1325), por ter sido o

primeiro a traduzir para a língua portuguesa o texto bíblico, tornando assim possível a

navegação dos leitores de língua portuguesa pelo imenso mar da Palavra de Deus.

Grande conhecedor do latim clássico e leitor da Vulgata, d. Diniz resolveu enriquecer a

língua portuguesa: traduziu as Sagradas Escrituras para nosso idioma, tomando como

base aquela tradução. Embora lhe faltasse perseverança e só conseguisse traduzir os

vinte primeiros capítulos do livro de Gênesis, seu esforço colocou-o em posição

historicamente anterior a alguns dos primeiros tradutores da Bíblia para outros idiomas,

como John Wycliff, por exemplo, que só em 1380 traduziu as Escrituras para o inglês.

b) Fernão Lopes em seu curioso estilo de cronista do século XV, disse que d. João I

(1385-1433), um dos sucessores de d. Diniz no trono português, “fez grandes letrados

tirar em linguagem os Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e as epístolas de São Paulo,

para que aqueles que os ouvissem fossem mais devotos acerca da lei de Deus” (Crônica

de d. João I, 2.a Parte). Os “grandes letrados” eram vários padres que também se

utilizaram da Vulgata no trabalho de tradução.

Enquanto esses padres trabalhavam, d. João I, também conhecedor do latim, traduziu o

livro de Salmos, que foi reunido aos livros do Novo Testamento traduzidos pelos

padres. Seu sucessor, d. João II, outro grande apoiador das traduções do texto bíblico,

mandou gravar em seu cetro a parte final do versículo 31 de Romanos 8: “Se Deus é por

nós, quem será contra nós?”, atestando assim quanto os soberanos portugueses

reverenciavam a Bíblia.

Como nessa época a imprensa ainda não havia sido inventada, os livros eram

produzidos em forma manuscrita, fazendo-se uso de folhas de pergaminho. Isso tornava

a circulação extremamente reduzida. Por ser um trabalho lento e caro, era necessário

que a Igreja Romana ou alguém muito rico assumisse os custos do projeto — ninguém

mais indicado que os nobres e os reis.

c) Outras figuras da monarquia de Portugal também realizaram traduções parciais da

Bíblia. A neta do rei d. João I e filha do infante d. Pedro, a infanta d. Filipa, traduziu do

francês Os evangelhos. No século XV, surgiram publicados em Lisboa o Evangelho de

Mateus e porções dos demais evangelhos, trabalho realizado pelo frei Bernardo de

Alcobaça, que pertenceu à grande escola de tradutores portugueses da Real Abadia de

Alcobaça. Ele baseou suas traduções na Vulgata.

d) A primeira harmonia dos evangelhos em língua portuguesa, preparada em 1495

pelo cronista Valentim Fernandes e intitulada De vita Christi, teve seus custos de

publicação pagos pela rainha d. Leonora, esposa de d. João II. Cinco anos após o

descobrimento do Brasil, d. Leonora mandou também imprimir o livro de Atos dos

Apóstolos e as epístolas universais de Tiago, Pedro, João e Judas, traduzidos do latim

vários anos antes por frei Bernardo de Brinega. Em 1566, foi publicada em Lisboa uma

gramática hebraica para estudantes portugueses. Trazia em português, como texto

básico, o livro de Obadias.

Outras traduções

Outras traduções em língua portuguesa realizadas em Portugal são dignas de menção:

a) Os quatro evangelhos, traduzidos em elegante português pelo padre jesuíta Luiz

Brandão.

b) No início do século XIX, o padre Antônio Ribeiro dos Santos traduziu os evangelhos

de Mateus e Marcos, ainda hoje inéditos.

É fundamental salientar que todas essas obras sofreram, ao longo dos séculos,

implacável perseguição da Igreja Romana, e de muitas delas só escaparam um ou dois

exemplares, hoje raríssimos. A Igreja Romana também amaldiçoou a todos os que

conservassem consigo essas “traduções da Bíblia em idioma vulgar”, conforme as

denominavam.

Período das traduções completas

Tradução de Almeida

Coube a João Ferreira de Almeida a grandiosa tarefa de traduzir pela primeira vez para

o português o AT e o NT. Nascido em 1628, em Torre de Tavares, nas proximidades de

Lisboa, João Ferreira de Almeida mudou-se aos doze anos de idade para o sudeste da

Ásia. Após viver dois anos na Batávia (atual Jacarta), na ilha de Java, Indonésia, partiu

para Málaca, na Malásia, e lá, pela leitura de um folheto em espanhol acerca das

diferenças da cristandade, converteu-se do catolicismo à fé evangélica. No ano seguinte,

começou a pregar o evangelho no Ceilão e em muitos pontos da costa de Malabar.

Não tinha ainda dezessete anos de idade quando iniciou o trabalho de tradução da Bíblia

para o português, mas lamentavelmente perdeu o manuscrito e teve de reiniciar a

tradução em 1648.

Por conhecer o hebraico e o grego, Almeida pôde utilizar-se dos manuscritos dessas

línguas, calcando sua tradução no chamado Textus receptus, do grupo bizantino.

Durante esse exaustivo e criterioso trabalho, serviu-se também das traduções holandesa,

francesa (de Baza), italiana, espanhola e latina (Vulgata).

Em 1676, João Ferreira de Almeida concluiu a tradução do NT e no mesmo ano remeteu

o manuscrito para ser impresso na Batávia. Todavia, o lento trabalho de revisão a que a

tradução foi submetida levou-o a retomá-la e enviá-la para ser impressa em Amsterdã.

Finalmente, em 1681, surgiu o primeiro Novo Testamento em português, trazendo no

frontispício os seguintes dizeres, que transcrevemos ipsis litteris: “O Novo Testamento,

isto é, Todos os Sacro Sanctos Livros e Escritos Evangélicos e Apostólicos do Novo

Concerto de Nosso Fiel Salvador e Redentor Iesu Cristo, agora traduzido em português

por João Ferreira de Almeida, ministro pregador do Sancto Evangelho. Com todas as

licenças necessárias. Em Amsterdam, por Viúva de J. V. Someren. Anno 1681”.

Milhares de erros foram detectados nesse Novo Testamento de Almeida, muitos deles

produzidos pela comissão de eruditos que tentou harmonizar o texto português com a

tradução holandesa de 1637. O próprio Almeida identificou mais de 2 mil erros na

tradução, e outro revisor, Ribeiro dos Santos, afirmou ter encontrado um número bem

maior.

Logo após a publicação do Novo Testamento, Almeida iniciou a tradução do AT. Ao

falecer, em 6 de agosto de 1691, havia traduzido até Ezequiel 41:21. Em 1748, o pastor

Jacobus op den Akker, da Batávia, reiniciou o trabalho interrompido por Almeida, e

cinco anos depois, em 1753, foi impressa a primeira Bíblia completa em português, em

dois volumes. Estava concluído, portanto, o inestimável trabalho de tradução da Bíblia

por João Ferreira de Almeida.

Apesar dos erros iniciais, ao longo dos anos estudiosos evangélicos vêm depurando a

obra de Almeida, tornando-a a preferida dos leitores de fala portuguesa.

A Bíblia de Rahmeyer

Tradução completa da Bíblia, ainda hoje inédita, traduzida em meados do século XVIII

pelo comerciante hamburguês Pedro Rahmeyer, que residiu trinta anos em Lisboa. O

manuscrito dessa Bíblia encontra-se na Biblioteca do Senado de Hamburgo, Alemanha.

Tradução de Figueiredo

Nascido em 1725, em Tomar, nas proximidades de Lisboa, o padre Antônio Pereira de

Figueiredo, partindo da Vulgata, traduziu integralmente o AT e o NT, gastando dezoito

anos nessa laboriosa tarefa. A primeira edição do Novo Testamento saiu em 1778, em

seis volumes. Quanto ao Antigo Testamento, os dezessete volumes da primeira edição

foram publicados de 1783 a 1790. Em 1819, veio à luz a Bíblia completa de Figueiredo,

em sete volumes. E, em 1821, foi publicada pela primeira vez em um único volume.

Figueiredo incluiu em sua tradução os chamados livros apócrifos, que o Concílio de

Trento havia acrescentado aos livros canônicos em 8 de abril de 1546. Esse fato

contribui para que sua Bíblia seja ainda hoje apreciada pelos católicos romanos nos

países de fala portuguesa.

Na condição de exímio filólogo e latinista, Figueiredo pôde utilizar-se de um estilo

sublime e grandiloqüente, e seu trabalho resultou em um verdadeiro monumento da

prosa portuguesa. No entanto, por não conhecer as línguas originais e se haver baseado

tão-somente na Vulgata, sua tradução não suplantou em preferência o texto popular de

Almeida.

A Bíblia no Brasil

Traduções parciais

a) Nazaré. Em 1847, publicou-se, em São Luís do Maranhão, O Novo Testamento

traduzido por frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, que se baseou na Vulgata. Foi,

portanto, o primeiro texto bíblico traduzido no Brasil. Essa tradução tornou-se famosa

por trazer em seu prefácio pesadas acusações contra as “Bíblias protestantes”, que,

segundo os acusadores, estariam “falsificadas” e falavam “contra Jesus Cristo e contra

tudo quanto há de bom”.

b) Em 1879, a Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro publicou a

que ficou conhecida como “a primeira edição brasileira” do Novo Testamento de

Almeida.

Essa versão foi revista por José Manoel Garcia, lente do Colégio D. Pedro II, pelo

pastor M. P. B. de Carvalhosa, da cidade de Campos, RJ, e pelo primeiro agente da

Sociedade Bíblica Americana no Brasil, pastor Alexandre Blackford, ministro do

evangelho no Rio de Janeiro.

c) Harpa de Israel foi o título que o notável hebraísta F. R. dos Santos Saraiva deu à

sua tradução do livro de Salmos, publicada em 1898.

d) Em 1909, o padre Santana publicou sua tradução do Evangelho de Mateus, vertida

diretamente do grego. Três anos depois, Basílio Teles publicou a tradução do Livro de

Jó, com sangrias poéticas. Em 1917 foi a vez de J. L. Assunção publicar O Novo

Testamento, tradução baseada na Vulgata.

e) Traduzido do velho idioma etíope por Esteves Pereira, O Livro de Amós surgiu

isoladamente no Brasil em 1917. Seis anos depois, J. Basílio Pereira publicou a

tradução do Novo Testamento e do Livro dos Salmos, ambos baseados na Vulgata. Por

essa época, surgiu no Brasil (infelizmente, sem indicação de data) a Lei de Moisés (o

Pentateuco), edição bilíngüe hebraico-português, preparada pelo rabino Meir Matzliah

Melamed.

f) O padre Huberto Rohden foi o primeiro católico a traduzir no Brasil o NT

diretamente do grego. Publicada pela instituição católico-romana Cruzada Boa

Esperança em 1930, essa tradução, por estar baseada em textos considerados inferiores,

sofreu severas críticas.

Traduções completas

a) Em 1902, as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da Bíblia no Brasil

patrocinaram nova tradução da Bíblia para o português, baseada em manuscritos

melhores que os utilizados por Almeida. A comissão constituída para tal fim, composta

de eruditos nas línguas originais e no vernáculo, entre eles o gramático Eduardo Carlos

Pereira, fez uso de ortografia correta e vocabulário erudito. Publicado em 1917, o

trabalho ficou conhecido como Tradução Brasileira. Apesar de ainda hoje

apreciadíssima por grande número de leitores, essa Bíblia não conseguiu firmar-se no

gosto do grande público.

b) Coube ao padre Matos Soares realizar a tradução mais popular da Bíblia entre os

católicos na atualidade. Publicada em 1930 e baseada na Vulgata, suas notas entre

parêntesis defendem os dogmas da Igreja Romana. Por esse motivo, recebeu apoio papal

em 1932.

c) Em 1943, as Sociedades Bíblicas Unidas encomendaram a um grupo de hebraístas,

helenistas e vernaculistas competentes a revisão da tradução de Almeida. A comissão

melhorou a linguagem, a grafia dos nomes próprios e o estilo.

d) Em 1948, organizou-se a Sociedade Bíblica do Brasil, destinada a “Dar a Bíblia à

pátria”. Essa entidade fez duas revisões do texto de Almeida, uma mais aprofundada,

que deu origem à Edição Revista e Atualizada no Brasil, e uma menos profunda, que

conservou o antigo nome, “Corrigida”.

e) Em 1967, a Imprensa Bíblica Brasileira, criada em 1940, publicou sua Edição

Revisada de Almeida, cotejada com os textos em hebraico e grego. Essa edição foi

posteriormente reeditada com ligeiras modificações.

f) Em 1988, a Sociedade Bíblica do Brasil traduziu e publicou a Bíblia na Linguagem

de Hoje. O propósito básico dessa tradução era apresentar o texto bíblico em linguagem

comum e corrente. Em 2000, após ampla revisão, foi reeditada como Nova Tradução na

Linguagem de Hoje.

g) Em 1990, a Editora Vida publicou a sua Edição Contemporânea da Bíblia traduzida

por Almeida. Essa edição eliminou arcaísmos e ambigüidades do texto quase

tricentenário de Almeida e preservou, sempre que possível, as excelências do texto que

lhe serviu de base.

h) Uma comissão constituída de eruditos em grego, hebraico, aramaico e português,

coordenada pelo pastor Luiz Sayão, sob o patrocínio da Sociedade Bíblica

Internacional, concluiu em 2001 uma nova tradução das Escrituras, a Nova Versão

Internacional (NVI), texto adotado desde então pela Editora Vida.

i) São também dignas de referência: a Bíblia traduzida pelos monges de Meredsous

(1959); a Bíblia de Jerusalém, traduzida pela Escola Bíblica de Jerusalém (padres

dominicanos) e editada no Brasil por Edições Paulinas em 1981, com notas; a Edição

Integral da Bíblia, trabalho de diversos tradutores sob a coordenação de Ludovico

Garmus, editado pela Editora Vozes e pelo Círculo do Livro, também com notas.

Abraão de Almeida e Jefferson Magno Costa

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