domingo, 1 de abril de 2012

Apocalipse, a Revelação de Jesus Cristo - Ev. Luiz Henrique



Complementos, ilustrações, questionários e videos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profe­cia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Ap 1.3).
VERDADE PRÁTICA
0 crente que lê e estuda o Apocalipse não se espanta com o programa de DEUS para estes últimos dias.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ap 1.1 0 Apocalipse é a revelação de DEUS
Terça - Ap 1.3  Quem lê o Apocalipse é bem-aventurado
Quarta - Ap 1.4  0 Apocalipse é enviado às igrejas
Quinta - Ap 1.1-5 CRISTO atesta a mensagem do Apocalipse
Sexta - Ap 1.7 A urgência do Apocalipse
Sábado - Ap 1.8 CRISTO, o princípio e o fim de todas as coisas
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Apocalipse 1.1-8
1 - Revelação de JESUS CRISTO, a qual DEUS lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo, 2-o qual testificou da palavra de DEUS, e do testemunho de JESUS CRISTO, e de tudo o que tem visto. 3 - Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. 4 - João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete Espíritos que estão diante do seu trono; 5 - e da parte de JESUS CRISTO, que é a fiel testemunha, o pri­mogênito dos mortos e o prínci­pe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, 6 - e nos fez reis e sacerdotes para DEUS e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém! 7 - Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém! 8- Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.
PALAVRA-CHAVE - Revelação - Ato ou efeito de revelar um segredo.

Todas essas igrejas se acabaram, apesar de serem fundadas por Paulo e seus companheiros e de até Éfeso ser dirigida por João o apóstolo.
Não ouviram as advertências de JESUS, em suas cartas, sucumbiram pelos falsos ensinos dos falsos mestres.
Hoje os muçulmanos dominam totalmente o país e essas cidades.
Fiquemos alerta com as cartas que JESUS nos escreve. Leiamos esse importante livro e prestemos atenção aos avisos que nos são dados por JESUS.
INTERAÇÃO
Caro professor, neste trimestre estudaremos o tema: “As Sete Cartas do Apocalipse”. Por isso, comente com os alunos que o Apocalipse será a base temática para o nosso estudo bíblico. Veremos que o Livro Profé­tico mostra-nos o JESUS triunfante, exaltado e poderoso. Desvendando os mais profundos segredos dos fatos que “foram”, “são” e “acontecerão” nos últimos dias (Ap 1.19). O comentarista desse trimestre é o pastor Claudionor de Andrade, que, além de ser ministro do evangelho, é conferencista, autor de várias obras editadas pela CPAD e Gerente de Pu­blicações da Editora.
OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Definir o Apocalipse como revelação divina.
Conhecer as questões de autoria, data e local do livro.
Saber que a leitura do Apocalipse é edificante.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, o Livro do Apocalipse retrata todo o processo de consumação reden­tora da humanidade através de figuras de linguagens e simbolismos dramáti­cos. Seu estilo literário é a apocalíptica judaica (Ver subsídio bibliográfico I). Ela é encontrada fartamente no Antigo Testamento, como em Ezequiel e Daniel. Estes, também, apresentam abundantes figuras e simbolismos. Portanto, antes de iniciar a lição deste domingo apre­sente aos alunos o esboço geral do Livro do Apocalipse proposto no esquema da página seguinte. Boa aula!
O LIVRO DE APOCALIPSE
ESBOÇOAUTORTEMADATAPROPÓSITO
Prólogo (1.1-8)
I. 1.9 - 3.22 -* 0 Senhor Clorifícado e Suas Igrejas.
II. 4.1 - 11.19-.0 Digno Cordeiro e Seus Feitos no Desfecho da História.
III. 12.1 -22.5-* DEUS Pai e CRISTO, no Grande Conflito com Sataná5.
Epílogo (22.6-21)
João, o apóstolo.A Consumação do Con­flito dos séculos.Cerca de 90­96 d.C.Há um tríplice propósi­to no livro: (1) Revelar os desvios doutrinári­os das igrejas da Ásia. (2) Fortalecer a fé e a firmeza na fidelidade a CRISTO. (3) Dar aos crentes uma per­spectiva divina na revelação do desfecho da história humana.
VEJA A DIFERENÇA ENTRE A VOLTA DE CRISTO PARA A IGREJA NO ARREBATAMENTO E SUA SEGUNDA VINDA:
ARREBATAMENTO E SEGUNDA VINDA
ARREBATAMENTOSEGUNDA VINDA
Será em segredo (Mt 24.36)Será pública (Ap 1.7)
CRISTO vem para a Igreja (1 Ts 4.17)CRISTO vem com a Igreja (Judas 14)
Antes da Grande Tribulação (Ap 3.10)Após a Grande Tribulação (Mt 24.29-30)
JESUS vem nos ares (1 Ts 4.17)JESUS pisa no Monte das Oliveiras (Zc 14.4)
Os santos o verão (1 Ts 4.17)Todo olho verá (Ap 1.7)
Tempo de Alegria (I Jo 3.2 Ap 1.6)Tempo de Lamentação (Mt 24.30 Sf 1.17)
Incrédulos deixados (Mt 24.40)Incrédulos destruídos (Mt 25. 41-46 Sf 1.17)
Em todo o PlanetaFisicamente em Israel
Como se dará o retorno triunfal de CRISTO.
O Glorioso Aparecimento de CRISTO do Céu para Julgar e Guerrear
CRISTO voltará com os crentes e com seus anjos2 Ts 1.7-10; Jd 14, 15; Ap 19.14
CRISTO reunirá os santos da tribulaçãoMt 24.31; 25.31-40; Mc 13.27; Ap 20.4
Os incrédulos não estarão preparados para issoMt 24.38,39,43
CRISTO separará os homens na terraMt 13.40,41, 47-50; 25.31-46
As nações ficarão enfurecidas diante desse eventoAp 11.18
Os santos se regozijarão diante desse eventoAp 19.1-8
CRISTO julgará e destruirá os ímpios, inclusive o Anticristo, e Satanás será aprisionado por mil anosIs 13.6-12;Ez 20.34-38; Mt 13.41-50; 24.30; 25.41-46;Lc 19.11-17;1Ts 5.1-11;
2Ts 2.7-10,12;Ap 6.6,17; 11.18; 17.14; 18.1-24; 19.11-20.3
Os santos da tribulação receberão galardõesMt 5.11,12; 1Co 3.12-14; 9.25-27; Gl 6.9,10; 2Tm 4.8; Ap 20.4
Os santos da tribulação compartilharão da glória de CRISTO e do seu ReinoMt 25.31-40; Rm 8.29; 2Ts 2.13,14; Ap 20.4
TRIBUNAL DE CRISTO
O julgamento se dará pela quantidade e pela qualidade das obras realizadas pelos crentes, embora individual, o motivo das mesmas e as intenções das mesmas será de suma importância para o resultado do trabalho do corpo de CRISTO, enquanto aqui na Terra.
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de CRISTO, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” [2 Coríntios 5:10]
A imagem mental que Paulo está projetando para nós diz respeito a um de seus métodos favoritos de ilustração - o esporte da época - os jogos greco-romanos. Bema era uma plataforma elevada na qual os juízes das diversas competições atléticas ficavam para premiar os vencedores. Isso se parece com o assento elevado de um juiz - alguém que detém o poder da vida e da morte em suas mãos? De forma alguma! É uma imagem de grande consolação para o cristão, pois combina o aspecto solene do julgamento com o de uma recompensa em potencial. Nosso grande, misericordioso e gracioso DEUS prometeu que o serviço fiel não ficará sem recompensa!
“Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é JESUS CRISTO. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.” [ênfase adicionada]
JESUS CRISTO se assentará para julgar as obras dos membros do seu corpo, a sua noiva, a igreja, provando-os pelo fogo. Observe a ordem descendente do seu valor relativo: “Ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha”. O ouro, a prata e as pedras preciosas resistem ao calor, mas a madeira, o feno e a palha são queimados. O Senhor determina o grau de valor e o fogo revelará o resultado. Se as obras de um cristão forem inteiramente consumidas no processo e assim se revelarem inúteis, ele sofrerá a perda de não ser o “vencedor da corrida”, porém sua salvação nunca estará em questão. Esse ponto foi definitivamente estabelecido na cruz do Calvário.
A SEGUIR VEM AS BODAS DO CORDEIRO
O REIÉ o próprio JESUS
PARTICIPANTES DA FESTAJESUS, a Igreja, os Anjos e os Santos do AT
A FESTA NUPCIALOs benefícios e as delícias do reino messiânico
TRAJE EXIGIDOVestes santas de pureza e justiça de DEUS
OCASIÃOApós o Arrebatamento e o Tribunal de CRISTO
As bodas ou casamento é do filho do Rei, que para nós significa o Senhor JESUS CRISTO e sua noiva, a Igreja, sendo o local do casamento o grande dia final do Tribunal de CRISTO, enquanto na Terra, estará se findando a Grande Tribulação.
O termo “bodas” vem do latim “vota”, isto é, “votos”, em alusão aos votos matrimoniais por ocasião do casamento. É uma festa de casamento. O termo é também plural porque tal festa durava sete dias e até 14 dias (Jz 14.12). Na festa, a alegria, solidariedade, entrega de presentes, paz, comunhão, comida farta, quebra copos e todos os costumes judaicos numa festa de casamento aconteciam ao som de muita música e com danças típicas. Isto nos leva a pensar na alegria e gozo imensuráveis que experimentaremos logo após o Tribunal de CRISTO, quando nos sentaremos à mesa com CRISTO, o nosso salvador.
A SEGUIR O DESTINO DOS CRENTES
A VIDA GLORIOSA NA DITOSA CIDADEREFERÊNCIA
Será de Comunhão com CRISTOAp 21.22; 1Jo 3.2
Será de Plena SantidadeAp 21.27
Será de Glória InauditaAp 21.11
Será de Riquezas ImensuráveisAp 21.11,18-21
Será de Completo Conhecimento de DEUSAp 21.14; 22.4
Será de Infinita AdoraçãoAp 22.3
Será de Contemplação da Face DivinaAp 22.4
Será de Incomensurável GovernoAp 22.5
Veja 4º Trimestre De 2004 -  VEM O FIM, O FIM VEM  - A Doutrina Das Últimas Coisas - COMENTÁRIOS DA CPAD - Pr. Claudionor Corrêa De Andrade
Devemos Alertar a todos que o noivo está chegando.
Foi-nos dadas pistas para que pudéssemos saber, não o dia e nem a hora, porém a estação própria para a colheita de DEUS.
Os sinais são patentes e as profecias nunca se cumpriram com tanta velocidade, estejamos prontos, aí vem o Noivo!!!!
Mt 25.6 Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro.
Mt 25.13 Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.
Dez importantes fatos escatológicos profetizados no Antigo Testamento. São eles:
  • A vinda do messias prometido (Is 9.1-7);
  • O derramamento do ESPÍRITO SANTO (Jl 2.28);
  • A dispersão dos judeus (Lv 26.33, 36,37);
  • Aumento e retorno dos judeus a Israel e reconstrução do Templo (Jr 23.4;Ez 39.22;Dn 9.27;Mq 2.12);
  • O juízo de Israel durante a grande tribulação (Dn 12.1);
  • A batalha de Armagedom (Zc 12.3,9;14.2);
  • Conversão em massa dos judeus (Ez 39.21,22;Is 52.8);
  • A doutrina da ressurreição e do juízo final (Dn 12.2);
  • A implantação do Reino divino na terra (Is 11.1-16);
  • O surgimento dos novos céus e da nova terra (Is 65.17).
Dez importantes fatos escatológicos que são destaques no Novo Testamento:
  • O arrebatamento da Igreja (1Ts 4.13-17);
  • O tribunal de CRISTO (Rm 14.10;2Co 5.10);
  • As bodas do Cordeiro (Ap 19.7);
  • O surgimento do Anticristo (2Ts 2.1-12;Ap 13.1,2);
  • O aparecimento do Falso Profeta (Ap 13.11-16);
  • Os juízos divinos (Ap 6.1-13;8.15);
  • A vinda de JESUS em glória (Mt 24.29-39;Ap 19.11-16);
  • O Reino milenial de CRISTO (Ap 20.1-6);
  • O Juízo final (Ap 20.11-15);
  • O surgimento de um novo modo de ser e estar perfeito e eterno, tendo como fundamento a Nova Jerusalém Celeste (Ap 21.1-27).
Apocalipse Versículo por Versículo - Severino Pedro da Silva - CPAD
Capítulo I
1. “REVELAÇÃO de Jesus Cristo, qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo”.
I. “…Revelação de Jesus Cristo”. O vocábulo português “revelar”, derivado do latim “revelare”, é geralmente a tradução do termo hebraico “gãlô” e do termo grego “apokalyptõ” (substantivo, apokalypsis), que corresponde a “gãlô” na Septuaginta e no Novo Testamento. Os escritores clássicos traduziram a palavra “apocalipse” por “revelação”, e esta foi vertida para o latim com tal sentido, em razão de o verbo “revelar”, que freqüentemente é empregado nas Escrituras ter este sentido (Pv 11.13 e Dn 2.22, 28).
1. A revelação tem dois pontos focais: (a) os propósitos de Deus; (b) a pessoa de Deus:
(Ad. a ) Por um lado, Deus informa os homens a respeito de Si mesmo: quem é Ele, o que tem feito, o que está fazendo, o que fará, e o que requer os homens façam. Assim é que o Senhor tomou Noé, Abraão e Moisés, aceitando-se em relação de confiança; informando-os sobre o que havia planejado e qual era a participação dos mesmos nesse plano (cf. Gn 6.13-21; 12.1 e ss; 15.13-21; Êx 3. 7-22). Semelhantemente, o Deus Todo-poderoso declarou a Israel as leis e promessas de Sua Aliança (Êx capítulo 20 a 23; Dt 4.13 e ss; Sl 78.5; 147.19). Ele desvendou Seus propósitos aos profetas, seus servos (Am 3.7). Cristo disse aos discípulos durante seu ministério terreno: “…tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer” (Jo 15.15b). Deus revelou a Paulo, o grande “…Mistério da Sua vontade, segundo o seu beneplácito” (cf. Ef 1.9a e 3.3). No Apocalipse, Cristo revelou a João seu servo “…as coisas que brevemente devem acontecer”.
(Ad. b) Por um lado, quando Deus envia a Sua Palavra aos homens, Ele também os confronta consigo mesmo. “A Bíblia não concebe a revelação como uma simples transmissão divinamente garantida, mas antes, como a vinda pessoal de Deus aos homens, para tornar-se conhecido deles (cf. Gn 35.7; Êx 6.3; Nm 12.6-8; Gl 1.15 e ss). Esta é a lição que devemos aprender das teofanias do Antigo Testamento (cf. Êx 3.2 e ss; 19.11-20; Ez 1; etc), bem como do papel desempenhado pelo enigmático “anjo (mensageiro) do Senhor”, que evidentemente é uma manifestação do próprio Deus”. O Apocalipse não revela apenas o princípio de formação do grande plano de Deus na obra da redenção, mas de um modo particular, seu desenvolvimento e consumação.
2. Seu conteúdo se compõe de: 22 capítulos, 404 versículos, 12000 palavras e 9 perguntas: (5.2; 6.10,17; 7.13; 13.4 (duas vezes); 15.4; 17.7; 18.18). “A Bíblia divide a raça humana em três partes: quer dizer, os judeus, os gentios, e a Igreja (1 Co 10.32), e contém, uma mensagem para cada uma das três. O Antigo Testamento trata das duas primeiras divisões. Por exemplo, o livro de Daniel trata dos judeus e dos domínios gentílicos, sem mencionar a Igreja graficamente. O Novo, dá a mensagem para a Igreja, e Paulo, especialmente, em todas as suas epístolas trata dela, enquanto que temos a palavra final de Deus para judeus, gentios e, a Igreja, no Apocalipse. Encontramos a Igreja no princípio do livro; Israel no meio; e as nações gentílicas no fim.
3. O livro é composto ao redor do simbolismo do número sete. Há sete cartas para sete igrejas da Ásia Menor (hoje, atual porção da Turquia Asiática), capítulos 1 a 3. Sete selos num livro que se encontra na mão direita de Deus, capítulo 5. Sete trombetas que anunciarão estranhos castigos, capítulos 8 a 11. Sete castiças de ouro nas mãos de Jesus, capítulo 1. Sete anjos (agentes humanos), capítulo 1.20 e ss. Sete anjos (agentes divinos), capítulos 8 a 16. Um Cordeiro com sete pontas e sete olhos, capítulos 1.4 e 4.5. Sete trovões, capítulo 10.3. Há também referência de um grande dragão vermelho com “sete cabeças”e “sete diademas”, capítulo 12.3. A Besta semelhante ao leopardo tinha “sete cabeças”, capítulo 13. No capítulo 17 do livro em foco, é-nos dito que, ela tem “sete cabeças”. Há também “sete montes” e “sete reis”, capítulo 17.9-10. Para os remidos do Senhor, há também “sete bem-aventuranças” (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). Na metade final da septuagésima semana profética de Daniel (9.27), entra em ação sete personagens principais: (a) A mulher. Ap 12.1 e ss; (b) O dragão. Ap 12.3 e ss; (c) O menino. Ap 12.5 e ss; (d) Miguel, o Arcanjo. Ap 12.7; (e) A descendência da mulher. Ap 12.17; (f) A Besta saindo do mar. Ap 13.1 e ss; (g) A Besta saída da terra. Ap 13.11 e ss. No capítulo 14, encontramos “sete visões”; visões separadas em si e, sem conexão, cada uma completa em si mesma: (vs. 1-5; vs. 6-7; vs. 9-12; v. 13; vs. 14-16; vs. 17-20). Há também sete promessas para “aquele que vencer” (2.7, 11,17,26; 3.5,12,21). Há sete cores no “arco celeste”, capítulos 4 e 10. Sete, declara o Dr. H. Lockyer, Sr., provém de uma raiz hebraica que significa “ser completo, satisfeito, ter suficiente”, e transmite a idéia de perfeição ou totalidade. O papel importante que este número tem no Apocalipse é provado pelo fato de João usá-lo não menos que 50 vezes.
4. O AUTOR. O autor desta grande obra é o próprio Deus. É esta (diz H. H. Halley) a primeira declaração do livro. Do ponto de vista humano, é atribuído a João, “o filho de Zebedeu” (Lc 5.10; Ap 1.1,4,9; 22.8). A autoria do Apocalipse a pessoa de João, é comprovada tanto pelas provas externas como internas:
(a) Provas externas. Segundo tradição bem estabelecida, desde a época dos País Apostólicos, e no julgamento da grande maioria dos primitivos cristãos, o Apóstolo João, aquele que esteve reclinado “sobre o peito” do Senhor (Jo 21.20), foi o escritor do Apocalipse. “Outro testemunho direto a favor do Apóstolo João como autor do Apocalipse nos vem de Irineu, que morreu em Lion, na França, perto do ano 190 de nossa era. Ele nasceu e se criou na Ásia Menor, na esfera das sete igrejas. Foi discípulo de Policarpo, que foi bispo duma das sete igrejas, a de Esmirna. Dentre outros do passado, Clemente, de Alexandria, Tertuliano, de Cartago, Orígenes, de Alexandria (223 d.C.). Hipólito, de Roma (140 d.C.). Outros que vieram depois, conclamaram a mesma coisa: Basílio, o Grande, Atanásio, Ambrósio, Cipriano, Agostinho e Jerônimo”. Teófilo, bispo de Antioquia (Síria ocidental), na última metade do século II d.C., cita o Apocalipse como sendo obra do Apóstolo João, o último sobrevivente dos companheiros de Jesus.
(b) provas internas. O próprio autor diz que seu nome é JOÃO, descreve-se como “servo” de Deus (1.1), e como um dos “profetas” (22.9). Com exceção de 1 Coríntios, Apocalipse é citado com o nome do autor antes de qualquer outro livro do Novo Testamento. Em seu Evangelho e Epístolas, João escreve na terceira pessoa, mas no Apocalipse, menciona seu nome cinco vezes na primeira pessoa (1.1,4,9; 21.2; 22.8). A nossa solene convicção é de que João o escreveu! Houve trovão quando Deus escreveu as primeiras palavras da Bíblia (cf. Êx 19.16 e 30.18). Assim, suas últimas palavras só podiam ser escritas por João, “o filho do trovão” (Mc 3.17 e Ap 22.18).
5. DATA EM QUE FOI ESCRITO. Irineu e Eusébio afirmam categoricamente que o Apocalipse foi escrito no tempo de Domiciano. (Ver Eusébio, História Eclesiástica III, 18,3 e Irineu, adv. Haer. V. 30.3). Esse testemunho foi aceito sem hesitação por Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo. A data fixada por esta escola de interpretação, é o ano 96 d.C. Nesta possível data, Domiciano decretou o “culto ao imperador”, fazendo disso uma prova de lealdade ao império. Os cristãos, provavelmente, se recusaram a adorar o imperador como se fosse um “deus”. E as conseqüências foram desastrosas para os santos naqueles dias. Este imperador desalmado deportara também a João para a ilha de Patmos “por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo” (1.1).
 6. CONCEITOS E MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO. O Apocalipse tem sofrido vários pontos de vista de interpretações, tanto no passado como no presente, sendo, porém, cinco defendidos com mais veemência:
(a) O ponto de vista preterista. (Do passado). Este método é praticamente oposto ao método futurístico. Os futuristas afirmam que nada do livro (com exceção dos capítulos 1,2, e 3) se cumpriu ainda. Os preteristas, no sentido restrito do termo, afirmam que todo o livro foi já cumprido nos dias do império romano, no primeiro século da nossa era, embora, talvez haja acontecimentos relacionados ao segundo século. “A palavra “preter” é um prefixo do latim “praeter”, que significa passado ou além de. O derivado “preterista” aqui empregado significa aquele que encara o passado o cumprimento do Apocalipse. Pieters acha que há dois grupos de preteristas: os da direita e os da esquerda.
(b) O ponto de vista histórico. Os intérpretes que assumem essa posição procuram encaixar todos os acontecimentos previstos no Apocalipse em várias épocas da história humana.
(c) O ponto de vista futurista. (O que nós aceitamos em razão de se coadunar com o conteúdo e argumento principal do livro). Esse ponto de vista aceita que os acontecimentos narrados nos capítulos 1,2 e 3, são de fato históricos, e tiveram seu cumprimento nas igrejas existentes naqueles dias, no pequeno Continente da Ásia Menor (hoje, atual porção da Turquia Asiática). Porém, no que diz respeito aos seus métodos de aplicação, têm servido para as igrejas de todos os tempos. A partir do capítulo 4 o livro é completamente futurista, e terá o devido cumprimento durante o período sombrio da Grande Tribulação, seguido pelo Milênio; depois virá a Eternidade.
(d) O ponto de vista simbólico. (Ou místico). Os eruditos dessa escola crêem que o livro do Apocalipse não é essencialmente profético e nem histórico, mas é uma vívida coletânea de símbolos místicos, que visam a ensinar lições espirituais e morais. São os idealistas que, somente vêem no livro apresentações simbólicas do conflito entre o bem e o mal, e da vitória final do bem. Esse método de interpretação é, sem dúvida rejeitado na declaração: “As coisas que brevemente devem acontecer” (1.1).
(e) O ponto de vista eclético. (Citado pelo Dr. Russell Norman Champrin, Ph. D.). Alguns intérpretes do Apocalipse “misturam” todas as idéias expostas acima, de modo que nenhuma domina: as demais. Não há dúvida de que devemos preservar “alguns elementos” (mas não todos) de cada um desses métodos apresentados sobre o livro, em um grau ou outro. O livro ensina-nos lições morais e místicas, aplicáveis a qualquer época. Contudo, certamente erraremos, se não contemplarmos o livro do Apocalipse como obra “essencialmente profética”, e da primeira ordem.
2. “O qual testificou da Palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto”.
I. “…A Palavra de Deus”. A Palavra de Deus à qual João se refere no presente texto, é a palavra falada e escrita como no Monte Sinai: primeiro Deus fala (Êx 20), depois escreve (Êx 31.18). Em uma linguagem mais acessível esta palavra “é o Evangelho de Cristo” (cf. Ap 1.9; 6.9; 20.4). Enquanto que o “testemunho de Cristo” é um genitivo subjetivo, ou seja, o testemunho dado por Jesus Cristo em sua pureza e santidade. A revelação é a Palavra de Deus transmitida e testemunhada pelo próprio Cristo (Ap 22.16,20). Ele disse ao governador romano (Pilatos): “Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Tudo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18.37). O verbo “testificar”está no tempo aoristo - “testificou”. Isto indica que João já havia dado testemunho acerca do verbo de Deus. Esse sublime testemunho da pessoa de Cristo, inclui também, o testemunho de sua pessoa física durante os 33 anos de sua existência terrena.
3. “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia*, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo* está próximo”.
I. “…Bem-aventurado”. Esta é a primeira “Bem-aventurança” das sete que este livro encerra (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). A escritora M. S. Novah, observa que nesta primeira “Bem-aventurança” existe uma tríplice promessa do Senhor: “Bem-aventurado aquele que lê (verbo no singular), e os que ouvem (plural) as palavras desta profecia, e guardam (plural novamente) as coisas que nela (singular) estão (plural) escritas; porque o tempo (do seu cumprimento) está próximo”. Porque guardar o que está escrito? “Porque o tempo está próximo”. Guardar não é só memorizar que se leu, é muito mais: é obedecer, é praticar. Provavelmente, esta “Bem-aventurança”, se reserva aqueles (a Igreja toda) que durante a Grande Tribulação, serão guardados por Deus do sofrimento sem precedente na história humana. (Cf. Ap 3.10), diz o que segue: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre o mundo, para tentar os que habitam na terra”.
4. “JOÃO, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono”.
I. “…João, às sete igrejas”. Três pontos importantes deve ser aqui analisado:
1. (a) A saudação; (b) A eternidade de Deus; (c) Os sete espíritos que estão diante do seu trono: o trono de Deus e do Cordeiro:
(aa) É importante observarmos a saudação de João neste versículo. As sete igrejas que naqueles dias se encontravam dentro dos limites da Ásia Menor , eram compostas de judeus e gentios. Ele diz “graça” (para os crentes gentios - incluindo também gregos), e “paz” (para os crentes judeus). O autor dirige-se às igrejas da Ásia, que a seguir serão especificadas também geograficamente (1.11), mas por trás delas, dado o simbolismo do número, que indica “totalidade”, está toda a Igreja, estamos nós também.
(bb) O autor sagrado continua e explica: “…da parte daquele que é, e que era, e que há de vir”. (Trata-se de Deus que segue continuamente seu povo, faz com que exista (”é”) no presente, como já fez na história da salvação que pertence ao passado (”era”). Continuará esta ação criadora a volta (”vem”) que Deus efetuará por meio de Cristo. Podemos contemplar nesta passagem no que diz respeito a Deus, o presente do passado e ainda o passado do presente. O tempo não pode desgastar a eternidade de Deus. Ele disse a Moisés: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). Ele nunca nasceu também nunca morrerá (1 Tm 6.16).
(cc) E da dos sete espíritos. Esta expressão é repetida nos capítulos 3.1 e 4.5. Ela está associada aos “sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra” (Zc 4.10). Significa: “…da parte do Espírito Santo em sua plenitude Septiforme” (cf. 3.1; 4.5 e 5.6). São pela ordem: “(aaa) o espírito do Senhor; (bbb) o espírito de sabedoria; (ccc) e de inteligência; (ddd) o espírito de conselho; (eee) e de fortaleza; (fff) o espírito de conhecimento; (ggg) e de temor do Senhor”. Is 11.1. Podemos observar no presente texto, a multiforme operação do Espírito Santo, pois os “sete espíritos de Deus” são: “as diferentes operações do Espírito Santo nessa perfeição, que necessariamente, lhes pertence” (7). O Novo Testamento fala em outras passagens, da pluralidade de funções do Espírito Santos (cf. 1 Co 12.11; 14.32; Hb 2.4).
Em resumo, esta saudação vem do Deus Trino: o Pai saúda no v. 4 (aquele que era, e que há de vir). O Espírito Santo saúda também (com suas sete manifestações de poder). Jesus, o Filho Eterno, completa esta saudação no v. 5. A bênção de Deus no Decálogo, tinha uma forma tríplice: “O Senhor (Deus) te abençoe e te guarde. O Senhor (Jesus) faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti. O Senhor (o Espírito Santo) sobre ti levante o seu rosto, e te dê a paz” (Nm 3.24-26).
5. “E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra”.

I. “…a fiel testemunha”. João, o grande servo de Deus, apresenta Jesus nesta passagem, como “a fiel testemunha”. Este título pertence a Cristo por direito e por resgate, que, não só é verdadeiro, mas a própria verdade (Jo 14.6 e Ap 19.11).
1. A “frase” no presente texto: “…Jesus Cristo; que é a fiel testemunha” descreve o relacionamento de Cristo com Deus enquanto Jesus esteve na terra. Como fiel profeta Ele jamais falhou em declarar todo o conselho de Deus. A palavra “testemunho significa alguém que vê, sabe e então fala; é uma palavra característica de João (ele a usa mais de 70 vezes em seus escritos)”.
2. Cristo é o Fiel em tudo aquilo que Ele o deve ser: (a) Ele é genuíno e veraz em seu caráter; (b) Ele é fiel e digno de confiança na concretização de sua missão; (c) Esse adjetivo pode significar para nós confiança na pessoa de Jesus Cristo, em sua missão, e que Deus Pai, depositou em seu Filho toda sua confiança; (d) Ele transmitiu fielmente a sua mensagem, falando a verdade: Ele trilhou um caminho reto; não tinha curva, revelando a verdade, sem jamais desviar-se de seu propósito.
3. O primogênito dos mortos. A presente expressão reúne dois elementos fundamentais: (a) Ela revela o cumprimento à risca das palavras dos profetas e do próprio Jesus, que predisseram com antecedência de séculos, no primeiro caso, e de alguns meses, no segundo, o episódio, e até com minúcias, em vários de seus elementos importantes. (Cf. Sl 16.10; At 13.34, etc). A veracidade das Escrituras foi justificada, pois dependia do fato dessa ressurreição (Lc 24.44-46; At 17.3). Foi também a evidência central da divindade de Cristo, da sua exaltação e glorificação, do seu supremo poder pessoal, o emblema expressivo da ressurreição da imortalidade, tanto no presente se for necessário, como no futuro.
(b) Ela deu a certeza, e assegurou o testemunho apostólico, a certeza do Juízo Final, o fundamento da esperança dos justos, agora, no presente, no futuro, e por toda a eternidade. Foi, e é, o fortalecimento da pregação evangélica, em qualquer época, tempo ou lugar (1 Co 15.14). A ressurreição de Cristo foi e é, realmente, a suprema e majestosa história dos evangelhos e da humanidade.
6. “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai: a ele glória e poder para todo o sempre. Amém”.

I. “…reis e sacerdotes”. O objetivo de Deus era fazer, de cada filho de Israel um “sacerdote” (cf. Êx 19.6), e evidentemente isso não pode ser cumprido, devido à desobediência e carnalidade deles. (Assim o direito sacerdotal foi conferido a Arão e seus filhos e descendentes). Hb 5.4.
1. Esse direito foi conferido à tribo de Levi, em razão dessa tribo ter permanecido fiel ao Senhor quanto ao culto idólatra diante do bezerro de ouro (Êx 32.1-29). O texto em foco ali, diz que Moisés se pôs em pé na porta do arraial, e disse: “Quem é do Senhor, venha a mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi” (Êx 32.26) Dentro da dispensação neotestamentária cumpre-se o ideal de Deus quanto a esta promessa, não adiantam obras e méritos humanos, e, sim, a livre graça divina, que torna cada remido um sacerdote (1 Pd 2.6 e Ap 1.6; 20.6).
2. “No tocante ao “sacerdócio do crente”, devemos considerar os pontos seguintes: (a) Esse sacerdócio se verifica por direito de primogenitura; quando nos tornamos “filhos de Deus”, naturalmente temos acesso a Deus Pai; (b) Esse sacerdócio indica um acesso superior a Deus. Hb 9.7; (c) O crente, na qualidade de sacerdote, oferece um sacrifício superior: (aa) Seu próprio corpo, como um santuário para Deus. Rm 12.1; Fl 2.17; 2 Tm 4.6; (bb) O louvor de sua vida e de seus lábios, ele oferece a Deus. Hb 13.15; (cc) Suas riquezas financeiras devem ser usadas para benefício do próximo. Hb 13.16; (dd) Na qualidade de sacerdote, o crente, tal como Cristo e o Espírito Santo, é um intercessor em favor de outros, 1 Tm 2.1-3; (ee) O sacerdócio leva-nos à comunhão com Deus, o qual é nosso Pai, segundo se aprende em Ap 1.6. Portanto, o sacerdócio é um meio de comunhão, e, nessa capacidade, é conservador da nova natureza, segundo a imagem do Espírito do Senhor. 2 Co 3.18; (ff) O alvo, pois, é que tenhamos, perfeito acesso a Deus, e isso terá de ser conseguido somente através da participação na própria natureza do Pai. 2 Pd 1.4. É nisso que consiste a “perfeição”, o que define, para nós, “como”seremos aperfeiçoados. (Mt 5.48). O crente ao aceitar Jesus como Salvador, torna participante de um “sacerdócio real”, isto é, “sacerdócio e realeza”. 1 Pd 2.5-9″.
7. “Eis que vem com as nuvens e todo o olho o verá, até os mesmos que o transpassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém”.

I. “…vem com as nuvens”. O presente versículo fala da “Parousia” (ou segunda vinda) de Cristo, com poder e grande glória, e isso se dará sete anos após o arrebatamento de sua Igreja da terra (1 Ts 4.13-17).
1. Eis que vem. O Dr. Herbert Lockyer, Sr. declara que a exclamação bíblica “Eis”, que significa “olhe atentamente e considere”, aparece mais de 400 vezes na Bíblia e é usada nos tempos passados, presentes e futuros. Eis também ocorre como um arauto de esperança ou de horror. Esta palavra aparece cerca de 28 vezes no Apocalipse (ver. 1.18; 2.10,22; 3.8,9,11,20; 4.1,2; 5.6,11; 6.2,5,8,12; 7.9; 8.13; 9.12; 11.14; 12.3; 13.1,11; 14.14; 16.15; 19.11; 21.5).
2. E todo o olho o verá. O leitor deve observar bem a frase inserida no contexto: “até os mesmos que o transpassaram”, e verificar que estas palavras apontam diretamente para o povo de Israel, na presente era, pois, os que crucificaram a Jesus no sentido literal, estão mortos a quase dois mil anos (Mt 26.64). Predições contemporâneas feitas pelos Apóstolos e pelo próprio Cristo (Mt 24.30), indicam que no retorno de Cristo a terra com poder e grande glória, Jesus será visto fisicamente na Palestina, quando forças confederadas do Anticristo tiverem conquistado a Terra Santa, ameaçando aniquilar o povo judeu. A passagem de Zacarias 12.10 é a base da predição de que todos verão a quem transpassaram: “…e olharão para mim, a quem transpassaram; e o prantearão como quem prateia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora pelo primogênito”. Na passagem de Mateus 26.64 fala desse acontecimento: “Disse-lhes Jesus: Tu o disseste; digovos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do poder (vírgula), e vindo sobre as nuvens do céu”. Será esse o momento da intervenção divina, e aparecerá “no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão…”. Durante sua vida terrena, o Senhor Jesus era o próprio “sinal” para aquela geração (Lc 11.30). Na sua vinda em glória (o presente texto), os judeus olharão para os céus, e esses se abrirão; eles verão a Jesus “assentado” à direita do poder de Deus (Mc 14.62). Jesus, nesse exato momento, levantará suas mãos, e eles contemplarão “o sinal dos cravos em suas mãos” (cf. Zc 12.10; Jo 20.25; Ap 1.7): Os judeus, pois, rejeitaram “a voz do primeiro sinal (durante a vida terrena de Jesus), crerão à voz do derradeiro sinal (em seu retorno)”. Êx 4.8. Para alguns comentaristas, Deus fará intervenção, tal como fez no mar Vermelho. O sinal da cruz aparecerá no firmamento, e o Senhor Jesus será literalmente contemplado pelo povo. Isso será reconhecido como uma intervenção divina, por parte de Israel, o qual, oficialmente, se declarará “cristão”.
8. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso”.
I. “…O Alfa e o Ômega”. O Alfa é a primeira letra do alfabeto grego, significa: “O primeiro” (Ap 22.13) ou “O princípio” (Ap 21.6). O Ômega é a última letra do alfabeto grego, e significa: “O derradeiro” (Ap 21.13), ou “O último” (Ap 1.17; 2.8; 21.6). Estes títulos são aplicados à pessoa de Cristo Jesus, e apresentam ao mesmo tempo a sua eternidade.
1. Na língua portuguesa a pessoa de Cristo é representada em cada letra, da seguinte forma:
(A) Advogado, 1 Jo 2.1. (B) Bispo das vossas almas. 1 Pd 2.25. (C) Cristo. Lc 2.11. (D) Deus Forte. Is 9.6. (E) Emanuel (Deus conosco). Mt 1.23. (F) Filho de Deus. Jo 1.34. (G) Governador. Is 55.4. (H) Homem. 1 Tm 2.5. (I) Imagem de Deus. Cl 1.15. (J) Jesus. Mt 1.21. (L) Leão da tribo de Judá. Ap 5.5. (M) Maravilhoso. Jz 13.18; Is 9.6. (N) Nazareno. Mt 2.23. (O) Ômega. Ap 1.8. (P) Príncipe da Paz. Is 9.6. (Q) Querido do Pai. Sl 4.3. (R) Rei. Mt 2.2; Jo 18.37. (S) Salvador. Lc 2.11. (T) Tudo: no sentido de bondade. Cl 3.11. (U) Ungido. Sl 2.2. (V) Verbo de Deus. Jo 1.1. (Z) Zelador da casa de Deus. Jo 2.17. O (X) é substituído pelo “AMÉM”. Ap 3.14.
9. “Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo”.
I. “…na ilha chamada Patmos”. A palavra “ilha” ou “ilhas” encontram-se cerca de 38 vezes nas Escrituras e, alguns dos lugares onde aparece a palavra “ilha” pode ser traduzida para seu original hebraico “AI”. Os antigos usavam esta palavra do texto em foco: “ai” como “terra costeira” ou no sentido hodierno de Continentes. Era termo de designativo das grandes civilizações gentílicas do outro lado do mar. João, porém, como sabemos não deixa nenhuma dúvida a seus leitores quanto a “ilha” de seu exílio, esclarece ele: a “ilha” é “chamada Patmos”.
1. O termo “patmos” significa “mortal”. O sentido original é, em razão de seu aspecto tristonho representado pela mesma ilha que leva esse nome. No tempo do império romano, a “ilha de Patmos” serviu de lugar de detenção para criminosos de alta periculosidade. Atualmente, a “ilha” que leva esse nome, é chamada “Palmosa”, encrava-se no Mar Egeu no pequeno Continente da Ásia Menor, tem cerca de vinte milhas de circunstância. A “ilha de Patmos” antes do exílio de João, não tinha conotação nenhuma com o mundo religioso; depois porém, como sabemos, se tornou célebre pela prisão e visão ali vivida e presenciada. Lá existe uma “caverna” chamada “Apocalipse”, onde milhares de pessoas religiosas realizam uma peregrinação anualmente em rememoração ao sofrimento do Apóstolo quando ali esteve. Alguns metros dessa caverna, encontra-se a escola grega, onde existe um salão com uma inscrição posterior ao reinado de Alexandre Magno. Esta inscrição, fez referência aos jogos olímpicos realizados durante o período grego. “Na ilha há também o mosteiro de São João, com uma biblioteca fundada em 1088 d.C. construída no formato de uma fortaleza com seus muros ameaçados, onde há curiosas obras. Em volta do mosteiro, agrupam-se as ruas tortuosas da Capital da Ilha”.
10. “Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz como de trombeta”.
I “no dia do Senhor”. Existem quatro expressões técnicas no que diz respeito ao “dia do Senhor” no Novo Testamento: (ver notas expositivas em Ap 16.14) sendo que, cada uma delas, aponta para uma época diferente; por exemplo:
1. Analisemos os quatro pontos seguintes no que diz respeito ao: (a) Dia do Senhor Jesus Cristo; (b) Dia do Senhor, Cristo ou Filho do homem; (c) Dia de Deus ou do Senhor: no sentido próprio; (d) Dia do Senhor, do texto em foco:
(aa) O Dia do Senhor Jesus Cristo. O dia do Senhor Jesus se relaciona exclusivamente com o arrebatamento da Igreja; (bb) O dia de Cristo, do Senhor ou do Filho do homem, está relacionado com seu retorno à terra com poder e grande glória; (cc) O dia de Deus ou do Senhor, no sentido próprio, está relacionado com o Juízo Final; (dd) dia do Senhor do texto em foco, está relacionado com o dia da ressurreição de Cristo. A presente expressão “dia do Senhor”, significa; “O dia da Ressurreição” do Senhor Jesus Cristo, visto que, a expressão “Senhor Jesus” só ocorre no Novo Testamento depois da sua ressurreição (Lc 24.3), sendo identificado entre os cristãos como “o primeiro dia da semana” (Mc 18.9). Para o cristianismo o primeiro dia da semana, contrasta bastante com o sétimo (o sábado): O sábado recorda o descanso de Deus na criação (Êx 20.11; 31.17); o domingo a ressurreição de Cristo (Mc 16.1,9). No sétimo dia Deus descansou; no primeiro dia da semana Cristo esteve em atividade incessante. O sábado comemora uma criação acabada; o domingo rememora uma redenção consumada. O Dr. C. I. Scofield declara que “o sábado era um dia de obrigação legal para Israel; o domingo, o culto espontâneo para o cristão. O sábado é mencionado nos Atos dos Apóstolos somente com referências aos judeus, e no resto do Novo Testamento, só duas vezes (Cl 2.16 e Hb 4.4). O sábado era um dia de repouso total para Israel; para o crente em Cristo, esse repouso teve lugar no momento que ele aceitou Cristo como Salvador. Hb 4.3″.
2. Voz como de trombeta. João, focaliza aqui: “grande voz, como…”. A palavrinha: “como” significa que João tenta descrever o indescritível. Por isso a palavrinha “como” aparece aproximadamente setenta vezes no Apocalipse. (Cf 1.10, 14, 15, 16; 2.27; 3.3, 10, 17, 21; 4.1; 5.6; 6.1, 12, 13, 14; 7. (ausente); 8.8; 9.2, 3, 7, 8, 9, 17; 10.1, 3, 7, 9; 11. (ausente); 12.15; 13.2, 3, 11; 14.2, 3, 4; 15. (ausente); 16.3, 6.15, 18; 17.12; 18.6, 21; 20.2, 11, 16, 21; 22.1). Além disso ele utiliza-se também da expressão como “semelhante”. Aqui trata-se, portanto, de um som sobrenatural e assustador, que contém tudo.
11. “Que dizia: O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igreja que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmina, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardo, e a Filadélfia, e a Laodicéia”.
I. “…O que vês, escreve-o num livro”. A ordem de escrever ocorre por treze vezes neste livro. (Cf 1.11, 19; 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14; 10.4; 14.13; 19.9; 21.5). A ordem ocorre uma vez em cada uma das sete cartas. O intuito do Senhor Jesus Cristo era que a revelação fosse preservada para as gerações seguintes; e até hoje a forma escrita é a melhor maneira de preservar uma comunicação.
1. O leitor deve observar bem a frase “escreve-o num livro, e envia-o”. Isso nos dá entender que não só a carta endereçada a igreja devia ser lida, mas também todo o conteúdo do livro que encerrava a visão (.13). O Dr. Russell Norman Champrin, observa que a posição geográfica onde se encontravam essas igrejas, formavam um CÍRCULO. As cidades foram numeradas partindo de Éfeso, na direção Norte, para Esmirna (64 quilômetros); daí para Pérgamo, 80 quilômetros ao norte de Esmirna; então, atravessando 64 quilômetros para sueste, até Tiatira, descendo, então, 80 quilômetros para Sardo; daí para Filadélfia a 48 quilômetros a sueste de Sardo; então Laodicéia a 64 quilômetros a sueste de Filadélfia.
12. “E virei-me para ver quem falava comigo. E virando-me, vi sete castiçais de ouro”.
I. “…E virei-me para ver quem falava”. A poderosa voz “como de trombeta” que ouvira no verso anterior, à semelhança do Monte Sinai, ai cada vez mais aumentando (Êx 19.19), João se volta para ver de onde partia a voz, e teve a sua primeira visão: “sete castiçais de ouro”. No santo lugar do templo dos judeus havia um único castiçal com sete braços, recebeu destaque, aparentemente representando Israel (Zc 4.2). Na visão de João os castiçais representavam as igrejas, que agora era a luz do mundo (Mt 5.13). Apesar de ter o Castiçal da antiga aliança sete braços, mesmo assim eram ligados por uma só peça (o pedestal). Israel, mesmo dividido geograficamente em doze tribos, contudo, eram ao mesmo tempo unidos por um só pedestal: A Lei do Senhor (Nm 9.14). Na Nova Aliança o Senhor Jesus interpretou para João que os sete castiçais representam as “sete Igrejas” (v. 20).
13. “E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de um vestido comprido, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro”.
I. “…no meio”. Em cada cena do Apocalipse, Cristo sempre aparece como a “Figura Central”: no “meio”. Ele é visto no “meio” dos sete castiçais de ouro (1.13); no “meio” da igreja de Éfeso, em uma nova visão (2.1); no “meio” do trono (5.6); no “meio” do trono novamente numa visão posterior (7.17). Isto demonstra que, o grande livro de Deus a ser focalizado tem como central nosso Senhor Jesus. Isto é, aquele que viveu e andou entre os homens, contudo, sempre no “meio” (Mt 18.20; Jo 19.18; 20.19; 1 Tm 2.5). Agora, porém, no Apocalipse é um quadro do Cristo da atualidade. É um quadro de Cristo, o Filho Eterno, que está assentado no “meio do trono” à direita de Deus.
1. Filho do homem. Este título, que freqüentemente é aplicado à pessoa de Cristo, lembra sua humanidade (Jo 1.14). Cerca de 79 vezes esta expressão ocorre somente no Novo Testamento e com exclusividade, nos Evangelhos, e vinte e duas vezes no livro do Apocalipse. Em Ezequiel (por toda a extensão do livro), a frase é empregada por Deus 91 vezes. Este título: O Filho do Homem (Jo 3.13) havia se tornado uma figura messiânica mais corrente. Motivo porque um exame dos textos evangélicos permitem, quase sem possibilidade de erro, preferir que, ao designar-se “Filho do Homem” o Senhor Jesus escolheu esse título, evidentemente, menos comprometido pelo nacionalismo judaico e pelas esperanças bélicas. Havia também uma esperança judaica do “Homem dos últimos tempos” (Cf. Rm 5.12-21; 1 Co 15.22, 45, 47; 2.5-11).
2. Vestido até os pés. Esta visão inicial que João recebeu não referia-se à graça pastoral de Cristo, mas à sua autoridade judiciária. “É por isso que o Apocalipse deve ser visto como o livro do juízo. “Juiz” e “Juízes” aparecem 15 vezes no livro”.
A veste comprida de Cristo era uma vestimenta talar, usada exclusivamente pelos sacerdotes e juízes no desempenho de duas funções. É isso realmente, a dupla função do Filho de Deus atualmente (2 Tm 2.8 e Hb 3.1). “O cinto de ouro cingido a altura do peito era também usado elo sacerdote quando este ministrava no santuário, estava à altura do peio e não nos rins, para ajustar as vestes de modo a facilitar os movimentos; assim, quando o cinto está em volta de seus lombos, o serviço é proeminente. (Cf. Jó 38.3; Jo 13.4, 5), mas quando o cinto está em volta do peito implica juízo sacerdotal dignificado, coisas que são inerentes ao Filho de Deus tanto no passado como no presente. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas aponta também: a pureza, a inocência de Cristo (Sl 123.9).
14. “E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo”.
I. “…sua cabeça e cabelos eram brancos”. O leitor deve observar como as Escrituras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe: O Senhor Jesus é o Filho do “Ancião de dias”, e por cuja razão deve ter a mesma natureza do Pai. Assim, o texto em foco, é similar a passagem de Daniel 7.9: “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou: o seu vestido era branco como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a limpa lã…”. Ele (Jesus) é aquele que morreu com 33 anos de idade, depois de levar os nossos pecados na cruz e suportar uma eternidade de dores. Tem cabelos brancos como a neve. Entre o povo de Deus, a “Coroa de honra são as cãs…” (pv 16.31a). Certamente a alvura da cabeça e cabelos de Cristo provém, em parte, da intensidade da glória celestial e em parte da sabedoria e, idoneidade moral. Assim, a brancura de seus cabelos, aqui, não significa velhice, antes, sugere a eternidade, indicando também Pureza e Divindade.
15. “E os seus pés, semelhante a latão reluzente, como se tivesse sido refinados numa fornalha, e a voz como a voz de muitas águas”.
I. “…os seus pés, semelhante a latão”. No verso 11 do presente capítulo, encontramos Jesus vestido de uma vestimenta talar. A sua veste “ai até aos pés”, mas não os cobria. Doutra forma não teria visto as marcas dos cravos e adorado a seu Senhor, cuja forma glorificada estava adequadamente vestida. Ele estava vestido com a linda roupa do Grande Sumo Sacerdote. “…Os seus vestidos se tornaram brancos como a luz” (Mt 17.2). João enfatiza que estes pés reluziam como se “tivessem sido refinados numa fornalha”.
1. No campo espiritual realmente isso aconteceu com o Filho do homem durante a sua vida terrena. Ele passou pela fornalha do sofrimento, e foi provado no fogo do juízo de Deus. (Cf. Lc 22.44; Hb 5.7). Além de outros sacrifícios apresentados na antiga aliança que tipificava a Cristo sofrendo até a morte, em lugar do pecador. Tomamos aqui como exemplo a oferta de manjares: “Em Lv 2. a oferta de manjares tipifica Cristo nas Suas próprias perfeições, e na Sua dedicação a vontade do Pai. A flor da farinha fala de igualdade e equilíbrio no caráter de Cristo; o fogo, de Ele ser provado pelo sofrimento até a morte de cruz. O incenso, representa a fragrância de Sua vida perante Deus; a ausência de fermento, representa o caráter de Cristo, como a verdade; a ausência de mel; que Nele não havia a mera doçura natural que pode existir sem a graça de Deus na vida de alguém. Azeite misturado, Cristo nascido do Espírito Santo; azeite untado, Cristo batizado pelo Espírito, a frigideira, os sofrimentos mais evidentes de Sua vida; o sal, o sabor da graça de Deus na vida de Cristo: o que faz parar a ação do fermento; o forno, os sofrimentos ocultos de Cristo - consolidados no túmulo: a fornalha final”.
2. A sua voz como a voz de muitas águas. Em sentido geral, o Apocalipse é o livro de grandes vozes e são elas que trazem as mensagens: (Cf.1.10, 12, 15; 3.20; 4.1; 5.2, 11, 12; 6.6, 7, 10; 8.13; 9.13; 10.3, 4, 7, 8; 12.10; 14.2, 7, 13 e 15; 16.1, 17; 18.2, 4, 17; 18.2, 4, 22; 19.1, 5, 6, 17; 19.1, 5, 6, 17; 21.3). Em sentido similar, a sua voz do anjo, em Dn 10.6, se assemelhava à de “uma multidão”. Tal como aqui, a voz de Deus, em Ez 43.2, é como a de “muitas águas”. O autor continua atribuindo, o sentido da voz, a pessoa de Cristo, como aquilo que o Antigo Testamento, diz acerca de Deus Pai. Em Ap 14.2 repete-se o simbolismo da figura da voz como de “muitas águas”. Ao que é adicionado “um grande trovão”. Em Ap 19.6 a voz é a de uma “multidão” e também de “muitas águas” e de “grandes trovões”. Seja como for, tudo na esfera celestial, se reveste de primeira grande e é elevado a terceira potência!
16. “E ele tinha na sua desta sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece”.

I. “…na sua desta sete estrelas”. Dois pontos importantes devem serem analisado no presente versículo: as sete estrelas; o rosto do Filho do homem:
1. As sete estrelas. Sobre a presente expressão: “as estrelas”, existem várias interpretações, sendo que, duas delas, são aceitas no campo teológico e a segunda, sem exitação:
(a) As sete estrelas (anjos), são instrumentos nas mãos de Cristo, seres angelicais literais, que ministram à Igreja, controlando seus ministros, e, pelo menos em alguns casos, servindo de mediadores dos dons espirituais. Por extensão dessa idéia, podemos supor que todas as comunidades locais dos crentes contam com os seus próprios anjos guardiões…”. (Cf. Sl 34.7; 1Co 11.10).
(b) As sete estrelas na mão direita do Senhor, são interpretadas por Jesus como sendo os “sete anjos (pastores) das sete igrejas” da Ásia Menor. Cf. v. 20. Este sete “mensageiros”, foram homens enviados pelas igrejas da Ásia para saberem do estado do velho Apóstolo, então um exilado em Patmos (compare-se Fl 4.18); mas (sendo na sua volta portadores das “sete cartas”) pode figurar também em nossos dias um ministro de Deus portando uma mensagem especial para uma igreja. A palavra “anjo” é apenas transliteração do grego para o português e significa “mensageiro”. É portanto, o pastor ou pastores que aqui estão em foco.
2. Seu rosto era como o sol. As igrejas são castiçais; seus ministros são estrelas; mas Cristo é o sol (Ml 4.2). Ele é para o mundo moral, o que o sol é para o mundo físico. A luz do rosto de Jesus Cristo é tal que na nova Jerusalém “não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol…” porque “…o cordeiro é a sua lâmpada” (Ap 21.23; 22.5). Num contexto geral do significado do pensamento, o rosto dos justos resplandece como o sol (Mt 13.43), o que também sucede no caso dos anjos (Ap 10.1).
17. “E eu, quando o vi, caía a seus pés como morto; e ele pôs sobre a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último”.

I. “…não temas”. O presente versículo, mostra João caindo aos pés do Filho de Deus, como Paulo no caminho de Damasco (Ap 9.4), porém às vozes nos dois episódios são completamente diferentes: a primeira diz “porque me persegues?”, a segunda diz “não temas”. Estas palavras, observa o Dr. R. N. Champrim, podem ser comparadas a Dn 10.10,12; e confrontadas com (Is 44.2; Mt 14.2; 27.7; Lc 1.13 e 30). Para a igreja de Esmirna, há também uma expressão encorajadora da parte de Cristo para aquela igreja sofredora: “nada temas”. Esta expressão equivale no grego do Novo Testamento, “não temas”, ocorre cerca de 365 vezes nas Escrituras (uma para cada dia). Essa ordem é dada a fim de consolar (Mt 14.27; Jo 6.20; At 27.24); ela servia também para relembrar a João, que seu Senhor o conhecia e se interessava profundamente por ele em meio ao sofrimento. Para nós, o Senhor tem a mesma mensagem de amor e firmeza: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temas” (Mt 14.27). Agora, o apóstolo declara: “porém ele pôs sobre mim a sua destra (mão direita), dizendo-me: “não temas”. Faz, então, uma declaração de amor, tranqüilidade e poder. (Is 44.2).
18. “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno”.

I. “…E tenho as chaves da morte e do inferno”. Isso significa autoridade suprema sobre qualquer força do mal (Mt 16.18; 28.18; Cl 2.15). Neste livro, Cristo não só tem as chaves da morte e do inferno, mas também “a chave de Davi” (Ap 3.7), e por conseguinte, no Novo Testamento: “…as chaves do reino dos céus” (Mt 16.19). É evidente que, enquanto o Senhor estava aqui na terra, Ele tinha em suas mãos “as chaves do reino dos céus”; isso pode bem ser entendido na expressão do próprio Jesus ao dizer a Pedro: “Eu te darei (no futuro) as chaves…”.
1. “A interpretação comum é que as chaves dadas a Pedro representam a essencial honra que lhe foi concedida: a de ser o primeiro a anunciar o Evangelho aos judeus: (no dia de Pentecostes) e aos gentios: (na casa de Cornélio), tendo sido o Espírito Santo dado do céu em cada uma dessas ocasiões (At capítulo 2 e 10). Pedro mesmo descreveu seu privilégio assim: “Deus me elegeu dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do Evangelho, e cressem” (At 15.7). Assim ele anunciou o perdão dos pecados a todos os que crêem, e semelhantemente tal autoridade de Deus foi conferida não só a Pedro mais aos demais discípulos do Senhor (cf. Jo 10.23)”. O Dr. Geo Goodman declara: “É comum salientar o lugar de Pedro no dia de Pentecostes, abrindo o reino aos judeus, e depois, na pessoa de Cornélio, aos gentios. Podemos admitir que ele ocupava um lugar eminente entre seus colegas, enquanto que negamos que lhe fosse um lugar exclusivo”.
2. O Dr. Graham Scroggie observa: “E de fato não podemos excluir os outros Apóstolos no dia de Pentecostes; nem caso de Cornélio podemos concordar que esse fosse o único uso das chaves com relação aos gentios, nem admitir que fosse necessário outra chave diferente daquela que abrira o Reino aos judeus. Um só ato não havia de esgotar o uso da chave, nem seriam duas chaves para abrir a porta duas vezes. Podemos entender que a porta, uma vez aberta, assim permaneceu para nunca mais precisar da chave? Pelo contrário, creio que se pode demonstrar concludente que a administração do Reino, simbolizada por estas chaves, ainda não terminou: não findou num só ato inicial de autoridade. Os homens ainda recebem o Reino e são recebidos no Reino, e o Reino é a esfera do discipulado, então a chave é, de fato, somente autoridade”.
3. Podemos entender que depois da porta do Evangelho está aberta para os gentios, Deus através de sues discípulos abriu uma nova porta para eles, os gentios: a porta da FÉ (At 14.27). “Ora, as chaves, e não simplesmente uma chave; e se o nosso pensamento é acertado nesta forma de interpretação, isto significa uma dupla maneira de admitir. A primeira é que o Senhor chama “a chave da ciência” a qual Ele diz que os doutores da lei tiram do povo (Lc 11.52). Semelhantemente Ele denuncia os fariseus por fecharem o Reino dos céus contra os homens: “Nem vós entrais nem deixais entrar os que estão entrando” (Mt 23.13). Pedro não recebeu as chaves da Igreja, mas do reino. Uma chave é sinal de autoridade (Is 22.22), e que o poder de “ligar e desligar” significava para Pedro, significava também para os outros discípulos (Mt 18.18; Jo 20.23). Ligar e desligar, na linguagem rabínica, queria dizer: permitir ou proibir, e é isto que a Igreja tem feito desde os dias dos Apóstolos até a presente era (Jo 20.23; 1Co 5.4-5; 2Cor 5.18-19).
19. “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer”.

I. “…as coisas que tens…, etc”. Os teólogos costumam dividir o livro do Apocalipse em sete partes, mas a sabedoria divina o dividiu apenas em três, a saber:
1. As coisas que tens vis to. É a primeira das três divisões deste livro. É, sem dúvida, a menor das três partes deste compêndio divino: um capítulo, apenas! Também pela pequena duração dos acontecimentos a que se refere.
2. E as que são. Esta se refere à segunda parte do livro. De exposição, pouco mais extensa em conteúdo (capítulo 2 e 3). No que diz respeito ao tempo, é o mais longo período: abrange ensinos para a vida inteira da Igreja desde os primitivos tempos, e como te servido durante toda a dispensação da Graça, até o momento do arrebatamento.
3. E as que depois destas (das duas primeiras) hão de acontecer. A terceira parte, é essencialmente futurísticas, vai do capítulo 4 a 22. Porém os fatos decorrerão com rapidez e as profecias que terão lugar neste tempo, sofrerão uma reação em cadeia, e comprir-se-ão sucessivamente. Porém, mesmo assim, devemos observar que, esta parte do livro, inclui o Milênio de Cristo e o estado Eterno ao dia da Eternidade (2Pd 3.18). O livro do Apocalipse é o único livro profético do Novo Testamento, é a única iluminação certa que dos acontecimentos atuais e futuros. Enquanto que o livro de Gênesis é o início da Bíblia, dando começo de todas as coisas na terra, o livro de Apocalipse encerra o livro divino, descrevendo a consumação de todas as coisas.
20. “O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que vistes, são as sete igrejas”.

I. “…O mistério das sete estrelas”. O presente vocábulo “mistério” é usado no Novo Testamento cerca de 27 vezes, João emprega a palavra quatro vezes no seu livro, e sempre com sentido especial:
1. Vejamos! (a) O mistério das sete estrelas e do sete castiçais. 1. 20; (b) O mistério de Deus. 10.7 e 11.15; (c) O mistério da grande Babilônia. 17.5; (d) O mistério da mulher. 17.7.
2. No texto em foco, a interpretação da misteriosa visão, é dada pelo próprio Cristo; isso é muito freqüente nas Escrituras quando trata-se de um “mistério” (cf. Mt 13.19-23, 37-43). O Senhor Jesus Cristo aqui segue o mesmo exemplo, e explica a visão para João seu servo. Ele diz: “As sete estrelas” (são os sete anjos das sete igrejas). E “…os sete castiçais” (são as sete igrejas). Este versículo se divide em duas partes: texto e contexto (metolinguagem); a primeira sendo uma visão; a segunda: uma interpretação do próprio Senhor. O primeiro capítulo deste livro, a começar pelo quarto versículo, é uma espécie de apresentação em favor do livro inteiro, introduzindo o autor sagrado a sua mensagem à Igreja, além de aludir, em termos breves, àquilo que está contido no livro. Portanto, o livro inteiro do Apocalipse, apesar de ser um livro profético, é moldado na forma de uma “carta”, endereçada as sete igrejas da Ásia Menor, e, através dessas igrejas, à Igreja Universal do Filho de Deus. Amém.
Estudos no Livro de APOCALIPSE - Hernandes Dias Lopes
APOCALIPSE 1:1
TEMA: COMO ENTENDER A MENSAGEM DO APOCALIPSE
INTRODUÇÃO                                                                   
1. O livro de Apocalipse é um livro sobre Jesus e sua igreja.
2. É um livro de revelação. O véu é retirado e nos é dado discernimento de determinadas coisas. Essa revelação é feita por meio de sinais: candeeiros, selos, trombetas, taças. Usa também números: o número sete aparece 54 vezes.
3. Lemos nos capítulos 1:12,13,20 e 5:5 que tanto a igreja como a história estão sob total o controle de Jesus Cristo. A história não caminha para o caos nem está dando voltas cíclicas, mas caminha para um fim glorioso da vitória completa de Cristo e da igreja.
4. O propósito ao estudarmos o livro de Apocalipse não é para nos aproximarmos dele com curiosidade frívola, como se estivéssemos com um mapa profético nas mãos, para investigar fatos históricos para sabermos os tempos no relógio profético. Ao contrário, esse livro nos foi dado como propósitos morais e espirituais: CONSOLAR-NOS, “MOSTRAR, O ÂMAGO DA LUTA QUE ESTAMOS TRAVANDO CONTRA O MUNDO E O DIABO E A VITÓRIA RETUMBANTE DE CRISTO.
5. O estudo do Apocalipse deve nos incentivar à santidade; encorajamento no sofrimento; adorar àquele que está no trono (2 Ped 3:12).
6. Aqueles que se aproximam desse livro com uma obsessão escatológica, perdem a sua mensagem. O livro é prático e revela-nos: 1) A certeza de que Jesus tem o total controle da igreja; 2) Jesus tem o total controle da História; 3) A perseguição do mundo e do diabo não podem destruir a igreja; 4) Os inimigos que perseguem a igreja serão vencidos; 5) Os inimigos de Cristo terão que enfrentar o juízo de Deus ao mesmo tempo que a igreja desfrutará da bem-aventurança eterna.
I. COMO ESTUDAR O LIVRO DE APOCALIPSE
1.    Qual é o propósito deste livro?
Seu propósito principal é confortar a igreja militante em seu conflito contra as forças do mal. O livro está cheio de consolações para os crentes afligidos. A eles é dito:
a)       Que Deus vê suas lágrimas - 7:17; 21:4
b)      Suas orações produzem verdadeiras revoluções no mundo - 8:3-4
c)               Sua morte é preciosa aos olhos de Deus -14:13
d)      Sua vitória é assegurada - 15:2
e)               Seu sangue será vingado - 6:9; 8:3
f)                  Seu Cristo governa o mundo em seu favor - 5:7-8
g)               Seu Cristo voltará em breve - 22:17
2. Qual é o tema deste livro?
a) O tema do livro de Apocalipse é a vitória de Cristo e de sua igreja sobre Satanás e seus seguidores (17:14). A intenção do livro é mostrar que as coisas não são como parecem ser. O diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos os ímpios perecerão, mas a igreja triunfará. Cristo é sempre apresentado como Vencedor e conquistador (1:18; 5:9-14; 6:2; 11:15; 19:9-11; 14:1,14; 15:2-4; 19:16; 20:4; 22:3. Jesus triunfa sobre a morte, o inferno, o dragão, a besta, o falso profeta, a babilônia e os ímpios.
b) A igreja que tem sido perseguida ao longo dos séculos, mesmo suportando martírio é vencedora (7:14; 22:14; 15:2).
c) Os juízos de Deus mandados para a terra são uma resposta de Deus às orações dos santos (8:3-5).
3. Para quem foi destinado este livro?
a) Este livro foi inicialmente endereçado aos crentes que estavam suportando o martírio na época do apóstolo João. Houve grandes perseguições nos primeiros séculos contra a igreja: 1) Nero (64 d.C); 2) Domiciano (95 d.C); 3) Trajano (112 d.C); 4) Marco Aurélio (117 d.C); 5) Sétimo Severo (fim do segundo século); 6) Décio (250 d.C); 7) Diocleciano (303 d.C).
b) Este livro foi destinado não apenas aos seus primeiros leitores, mas a todos os crentes durante esta inteira dispensação, que vai da primeira à segunda vinda de Cristo.
4. Quando foi escrito este livro?
a) Este livro foi escrito por João quase no final do governo de Domiciano, quando foi banido para a Ilha de Patmos.
II. COMO INTERPRETAR O LIVRO DE APOCALIPSE

  • Há três escolas de interpretação do livro de Apocalipse:
1. A interpretação preterista -
  • Tudo o que é profetizado no livro de Apocalipse já aconteceu. O livro narra apenas às perseguições sofridas pela igreja pelos judeus e imperadores romanos. O livro cumpriu seu propósito de fortalecer e encorajar a igreja do primeiro século.
  • Essa corrente falha em ver o livro como um livro profético, pertinente para toda a história da igreja.
2. A interpretação futurista
  • Tudo o que é profetizado no livro a partir do capítulo 4 tem a ver com os últimos dias sem nenhuma aplicação na história da igreja. Também essa escola não faz justiça ao livro que foi uma mensagem atual, pertinente e poderosa para todos os crentes em todas as épocas.
  • Esse livro não tinha nenhum conforto para os crentes primitivos nem para nós.
  • Transfere o Reino de Deus para o futuro milenar, enquanto sabemos que o Reino já veio e estamos no Reino.
3. A interpretação histórica -
  • O livro de Apocalipse é uma profecia da história do Reino de Deus desde o primeiro advento até o segundo.
  • O livro é rico em símbolos, imagens e números: ele está dividido em sete seções paralelas progressivas: sete candeeiros, sete selos, sete trombetas e sete taças.
  • Agostinho, os Reformadores, as confissões reformadas e a maioria dos grandes teólogos seguiram essa linha.
III. COMO ENTENDER A DIVISÃO DO LIVRO DE APOCALIPSE
1. A corrente Pós-Milenista
  • Crê que o mundo vai ser cristianizado e que teremos um grande e poderoso reavivamento e o crescimento espantoso da igreja ao ponto da terra encher-se do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar (Hc 2:4).
  • Essa corrente foi forte no século XVIII e XIX quando as missões estavam em franca expansão. Homens como Jonathan Edwards, Charles Hodge e Loraine Boetner foram defensores do Pós-Milenismo. Muitos missionários foram influenciados por esta interpretação, bem como muitos hinos foram escritos inspirados por esta visão.
  • Essa corrente deixa de perceber que antes da vinda de Cristo estaremos vivendo um tempo de crise e não um tempo de despertamento espiritual intenso e universal.
2. A corrente Pré-Milenista
  • Os Pré-Milenistas históricos ou moderados distinguem dos amilenistas em poucos aspectos: Reino e ressurreição.
  • Porém os Pré-Milenistas dispensacionalistas ou extremados têm vários ensinos estranhos às Escrituras:
a) Distinção entre Igreja e Israel no tempo e na eternidade
b) O Reino de Deus adiado para o Milênio terreno
c) A crença num arrebatamento secreto, seguido de uma segunda vinda visível
d) A idéia de que a igreja não passará pela grande tribulação (a igreja será poupada da ira de Deus (thymos e orge), mas não da tribulação (thlipsis). A tribulação não é a ira de Deus contra os pecadores, mas, sim, a ira de Satanás, do anticristo e dos ímpios contra os santos. (Gundry).
e) A idéia que teremos várias ressurreições
f) A idéia de que haverá chance de salvação depois da segunda vinda de Cristo.
3. A corrente Amilenista ou Espiritual -
  • O livro de Apocalipse deve ser visto não como uma mensagem que registra os fatos em ordem cronológica, mas temos no livro sete seções paralelas e progressivas.
  • Cada seção descreve todo o período que compreende da primeira à segunda vinda. Cada sessão descreve uma cena do fim.
  • A cena do fim vai ficando cada vez mais clara e até chegar ao relato apoteótico da última sessão.
  • Essas sete seções estão divididas em dois grandes períodos (1-11) e (12-22). A primeira descreve a perseguição do mundo e ímpios e a segunda a perseguição do dragão e seus agentes.
3.1) Primeira Seção (1-3) - Os sete candeeiros
  • Qual é a lição dessa seção? É que Cristo tem o controle da igreja em suas mãos.
  • Encontramos aqui Jesus uma descrição do Cristo que morre, ressuscita e vai voltar (1:5-7).
  • A morte e ressurreição de Cristo é o começo da era cristã, e o juízo final é o término da era cristã
3.2) Segunda Seção (4-7) - Os sete selos
  • Qual é a mensagem dessa seção? É que ele tem o controle da história em suas mãos (5:5). Contemplamos sua morte (5:6), mas essa seção encerra com uma cena da segunda vinda de Cristo (6:6-12 e 7:9-17).
  • Notemos a impressão produzida nos incrédulos pela segunda vinda (6:16-17) . Agora a felicidade dos salvos (7:16-17).
  • A segunda seção é uma reiteração da primeira seção. Sua revelação vai do princípio ao fim dos tempos, ao juízo final. E nos é mostrado a diferença entre os remidos e os perdidos.
3.3) Terceira Seção (8-11) - As sete trombetas
  • Nesta visão vemos a igreja vingada, protegida e vitoriosa.
  • Havendo começado com o Senhor como nosso sumo sacerdote no capítulo (8:3-5), avançamos até o juízo final em (10:7; 11:15-19).
  • Uma vez mais estamos tratando das mesmas coisas - O senhor e sua igreja e o que lhes sucede no mundo, o juízo final, os redimidos e os perdidos.
  • As trombetas são avisos antes do derramamento completo das taças da ira de Deus. Antes de Deus punir finalmente, ele sempre avisa.
3.4) Quarta Seção (12-14) - A tríade do mal
  • Novamente voltamos ao início, ao nascimento de Cristo (12:5). Depois vem a perseguição do Dragão a Cristo e à igreja (12:13). Ele levanta a besta e o falso profeta. Finalmente, vem a cena do juízo final (14:8).
  • Em (14:14-20) há uma cena clara do juízo final.
3.5) Quinta Seção (15-16) -As sete taças
  • Descreve as sete taças da ira, representando a visitação final da ira de Deus sobre os que permanecem impenitentes.
  • Uma vez mais a cena começa no céu relatando o Cordeiro com seu povo. Mas no capítulo 16 vemos uma espantosa descrição do juízo (16:15,20).
  • Aqui a destruição é completa.
3.6) Sexta Seção (17-19) - A derrota dos agentes do Dragão
  • Há um relato da destruição dos aliados do Dragão: A meretriz (18:2), a besta e o falso profeta, os seguidores da besta e em contrapartida a igreja é apresentada como esposa de Cristo (19:20). A grande festa da núpcias ocorre; o juízo final chegou outra vez e a uma grande distinção entre redimidos e perdidos ocorre novamente. No capítulo 19 há uma descrição detalhada da gloriosa vinda de Cristo (19:11-21).
3.7) Sétima Seção (20-22)
  • Essa seção mostra o Reinado de Cristo com as almas do santos no céu e não o milênio na terra depois da segunda vinda. O capítulo 20 começa na primeira vinda e não depois da segunda vinda. Então temos a descrição do juízo final (20:11-15). Após isso, vemos os novos céus e a nova terra e a igreja reinando com Cristo para sempre.
CONCLUSÃO
  • Apesar de essas seções serem paralelas, elas são também progressivas. A última seção leva-nos mais além para o futuro que as outras. Apesar do juízo final já ter sido anunciado em (1:7) e brevemente descrito em (6:12-17), não é apresentado detalhadamente senão quando chegamos a (20:11-15). Apesar do gozo final dos redimidos já ter sido insinuado em (7:15-17), não encontramos uma descrição detalhada senão quando chegamos em (21:1-22:5).
  • De que lado estamos nesta guerra milenar? Do lado de Cristo e da igreja ou do lado do dragão e seus agentes?
RESUMO DA LIÇÃO 1, APOCALIPSE, A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO
I. O LIVRO DO APOCALIPSE
1. Apocalipse, o único livro profético do NT.
2. Um livro de advertências e consolações.
II. AUTORIA, DATA E LOCAL
1. Autoria. João, filho de Zebedeu, é o autor do Apocalipse (Ap 1.1,4,9; 22.8).
2. Data.
3. Lugar.
III. APOCALIPSE, O LIVRO PROFÉTICO DO NT
1. Tema do Apocalipse.
2. Divisões do Apocalipse.
3. Objetivos do Apocalipse.
IV. A LEITURA DO APOCALIPSE
1. A produção de livros no período do Novo Testamento.
2. A leitura das Escrituras Sagradas.
3. A liturgia da Palavra.
VOCABULÁRIO
Alcunha: Qualificativo especial (p.ex. nobre, leal, etc).
Arquipélago: Conjunto de ilhas dispostas em grupo, em maior ou menor extensão, numa su­perfície marítima.
Epílogo: Recapitulação, resu­mo ou desfecho de uma peça literária.
Ciosos: Que tem zelo.
Módico: Pouco, escasso; cujo valor é baixo.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HORTON, Stanley M. Apocalip­se: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001. LAWSON, Steven J. As Sete Igre­jas do Apocalipse: O Alerta Final de CRISTO para seu povo. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
AUXILIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliológico
“O Livro de Apocalipse perten­ce à categoria geral da literatura apocalíptica. A expressão literatura apocalíptica, no entanto, desagra­da a alguns estudiosos por causa de sua ambigüidade. A própria expressão está baseada na pala­vra grega que significa ‘revelação’ (apokalypsis). Um apokalypseé uma revelação recebida através de uma visão, de um sonho, de uma viagem celestial ou (em alguns casos) de um mensageiro angelical. Acom­panhando esse conceito, o livro de Apocalipse é um apokalypse, isto é, contém uma série de visões (Ap 9.17; 13.1; 21.2; 22.8), uma viagem celestial (4.1) e um mensageiro an­gelical (1.1 2ss; 10.1,8,9; 17.3,7,15; 22.8,16). Contém, também, uma escatologia apocalíptica, como aparece em uma série de outras passagens bíblicas (por exemplo: Is 24 - 27; 55 - 66; Ez 37 - 48; Dn 7 - 12; Jl [1 - 3]; Zc 14; Mt 24; Mc 13), mas o termo é demasiadamen­te controvertido e complicado para que possa ser definido através de uma ou duas frases.
[…] A escatologia apocalíptica parece surgir em momentos de grande tensão social […]. A escato­logia apocalíptica é uma tentativa de restaurar ou manter […] [uma] visão global à luz (ou nas trevas!) de um mundo em rápida transformação” (ARRINGTON, French L; STRONS-TAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. I.ed. Rio de janeiro: CPAD, 2003, pp. 1824,25).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II - Subsídio Teológico “As Diversas interpretações
Muitos tentam fazer do Apocalipse um livro de adivinhações. Relacionam-no aos acontecimentos de suas respectivas épocas, para descobrir o que há de acontecer no futuro próximo. Esta interpre­tação é muito proeminente entre os que têm uma visão meramente histórica do livro. Estes intérpretes vêm comparando o Apocalipse com a história da Igreja desde o primeiro século, para realçar coisas como o aparecimento do papado e as invasões mulçumanas. Por conseguinte, não conseguem ver a Grande Tribulação no final dos tempos, pois espalharam os eventos do livro no decorrer da história da Igreja. Como se vê, cada geração de eruditos vem retrabalhando a interpretação do Apocalipse, numa tentativa de encaixar as profecias em suas respectivas épocas.
Outros possuem uma visão preterista do livro, e tentam relacionar suas profecias com eventos registrados no final do primeiro século, tendo-se Roma e seus imperadores mais proeminentes como pano de fundo. Noutras palavras: os preteristas crêem que a maior parte do Apo­calipse já foi cumprida há muito tempo atrás, restando-nos dele apenas interesse histórico. Devemos observar, porém, que o relacionamento que eles fazem entre o texto e o evento é muito subjetivo e precário.
Há ainda outros que rejeitam a tentativa de se identificar os eventos do livro com as fontes históricas. Optam por uma visão idealística do Apocalipse. Vêem os símbolos e figuras simplesmente como representantes da disputa progressiva que há entre o bem e o mal, com a certeza do triunfo derradeiro da justiça. Acham que não haverá cumprimento literal de nenhum evento do livro. O que vemos, porém, é que apesar de o Apocalipse ter muitas figuras simbólicas, representam estas algo real [grifo nosso]. O Anticristo é chamado de a besta, mas será uma pessoa real, e cumprirá as predições feitas sobre ele noutras profecias, tais como 2 Ts 2.3-1 2, onde se diz que CRISTO virá pessoalmente trazer triunfo final.
[…] O pré-milenismo interpreta as profecias do Antigo e do Novo Testamento de maneira literal, observando, porém se o contexto assim o permite.
[…] Reconheço haver cristãos que se consideram a si mesmos evangélicos, nascido de novo, e que sustentam diferentes posições de interpretar o Apocalipse. […] Contudo, depois de muitos anos de estudo e de ensino, creio que há mais evidências em favor da visão pré-milenial e da interpretação literal do que a das outras. A perspectiva pré-milenista e a futurista, juntas, encaixam-se melhor nas orientações de JESUS” (HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed. Rio de janeiro: CPAD, 2001, pp.5,6,8).
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD’S, DVD’S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
BANCROFT, E. H. Teologia Elementar. São Paulo, IBR, 1975.
CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1977.
BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Edição contemporânea. São Paulo, Vida, 1994.
McNAIR, S. E. A Bíblia Explicada. Rio de Janeiro, CPAD, 1994.
Espada Cortante 1 e 2 - Orlando S. Boyer - CPAD - Rio de Janeiro - RJ
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 5. ed. São Paulo: Hagnos, 2001. v. 1
VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE JR, William. Dicionário Vine. 2. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
GILBERTO, Antonio. A BÍBLIA Através dos Séculos. Rio de Janeiro: CPAD, 1987. HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
Benjamin F. GUTIÉRREZ e Leonildo S. CAMPOS, Na força do ESPÍRITO, p. 286.
Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPAD
Introdução e Comentários de Francis I.Andersen - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova - S.Paulo - SP
Mateus, introdução e comentário - Série cultura bíblica - R. V. G. Tasker - Editora: Vida Nova
Apocalipse - Versículo por Versículo Autor: Severino Pedroda Silva Editora: CPAD Ano: 2002
Estudos no Livro de APOCALIPSE - Hernandes Dias Lopes

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